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O Ministério Público Federal (MPF-GO) e a Polícia Federal dflagraram na manhã desta quinta-feira (30) a Operação "Tabela Periódica", mais uma etapa da Operação "O Recebedor", que apura fraudes na construção das Ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste. São cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva em Goiás e mais oito unidades da federação.


As diligências que estão sendo realizadas nesta manhã têm por objetivo recolher provas adicionais do envolvimento de empreiteiras e de seus executivos na prática de cartel, fraude em licitações e pagamentos de propina a ex-diretores da Valec, relacionados aos contratos de construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste, revelados em acordo da Camargo Corrêa com a força-tarefa da Operação Lava Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras.

De acordo com o MPF, as provas colhidas vão ser utilizadas para punir empresas e executivos envolvidos no esquema de fraude nas licitações da construção das ferrovias.

Denúncia
No último dia 15 de maio, o MPF ofereceu denúncia contra oito pessoas suspeitas de envolvimento na operação "O Recebedor", deflagrada em fevereiro deste ano, que investiga formação de cartel e outras irregularidades na construção das ferrovias.

Os crimes atribuídos aos envolvidos são prática de cartel, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraudes em licitação. Em valores corrigidos, os desvios podem ter chegado a mais de R$ 600 milhões, somente em Goiás, entre 2006 e 2011. O MPF/GO pede na Justiça o ressarcimento do montante.

O procurador da República, Hélio Telho, afirmou na época que oito empreiteiras eram investigadas na operação. Ele explicou que elas promoviam uma "concorrência de mentirinha" para simular que havia uma competição pela licitação que, no entanto, já estava definida. A situação configurava o crime de cartel.

"Várias empresas fazem um acordo para anular a competição, para combinar os preços dos lotes da ferrovia cedidos para as vencedoras das licitações. Os editais eram direcionados e restringiam outras empresas para que apenas o grupo daquelas empreiteiras tivessem condições de participar. Elas apresentavam um preço que tinha uma concorrência de faz de conta", afirmou o procurador em maio deste ano.

A investigação apontou que Juquinha das Neves recebeu R$ 2,2 milhões de propina. O procurador afirma que não há indícios de que ele tenha iniciado o esquema, mas foi recrutado para participar.

"O cartel existe antes do Juquinha. Não é possível dizer que ele era o chefe. O que se observou é que ele foi cooptado pelo esquema que pagou propina para ele. O Juquinha teve papel importante na expansão, quando formava os consórcios e decidida qual empresa ficaria com qual lote”, destacou.

No âmbito da O Recebedor, já foram instauradas dez ações judiciais e 37 processos contra pessoas físicas e jurídicas envolvidas. Mais de R$ 136 mil

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