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Na reta final para realização das convenções partidárias, que ocorrem até o dia 5 de agosto, as coligações para a disputa ao cargo de prefeito de Salvador começam a se consolidar, definindo o tempo de propaganda em rádio e TV que os candidatos terão durante a campanha a partir do dia 26 do próximo mês. No atual cenário, os virtuais candidatos ACM Neto (DEM) e Alice Portugal (PCdoB) saem na frente com mais da metade desse tempo. O democrata tem, até agora, 3min42s e a comunista 2min40s em cada bloco na TV aberta e rádio.
Na prática, a campanha desse ano vai mudar a forma do eleitor acompanhar a propaganda, por conta das mudanças na lei eleitoral, que reduz o tempo dos blocos e aumenta as inserções em rádio e TV. Mesmo com a alteração, analistas ouvidos por A TARDE dizem que a exposição na TV continua sendo a principal aposta dos candidatos e consideram que as mudanças vão tornar a propaganda mais dinâmica e atrativa para os eleitores.
Embora Neto disponha de maior tempo, Alice, Cláudio Silva (PP) e Sargento Isidório (PDT) integram a base aliada do governador Rui Costa (PT) e contam, juntos, com pelo menos 4min50s para cada bloco. Os três fazem parte da estratégia de pulverização de candidaturas para fazer oposição ao prefeito.
Mudanças
Pela nova legislação, o tempo dos blocos em rádio e TV diminuiu, a partir deste ano, de 30 para 10 minutos (sendo 10% do total divididos igualmente entre os candidatos) e as inserções aumentaram de 30 para 70 minutos. Serão 140 inserções por dia, pulverizadas na programação de rádio e televisão das 5h à 0h, sendo 84 para prefeito e 56 para vereador.
Neto e Alice aparecem com os maiores tempos de TV de acordo com levantamento extra oficial feito pelo advogado especialista em direito eleitoral Ademir Ismerim sobre o tempo de cada partido e obtido por A TARDE com exclusividade. Ele utilizou as novas regras da legislação eleitoral para a estimativa. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e até mesmo os partidos só divulgarão os tempos ao final das convenções.
No rádio, os blocos serão das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10, e na televisão, das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40, de segunda a sábado. Antes, às segundas, quartas e sextas, os blocos eram para postulantes a prefeito, e as terças quintas e sábados para os vereadores. Agora, os blocos são apenas para candidatos a prefeito, enquanto os vereadores ficarão somente com as inserções.

Buscando a reeleição, Neto tem consigo o apoio de mais de dez partidos, o que deve lhe conferir pelo menos 3min42s em cada bloco na TV aberta e rádio. Alice, por sua vez, tem ao seu lado, por enquanto, 3 partidos e deve contar com pelo menos 2min40s.
O restante deve ser dividido entre Cláudio Silva (PP), o deputado estadual Pastor Sargento Isidório (PDT), Fábio Nogueira (PSOL) e Rogério Tadeu da Luz (PRTB). O tempo das virtuais coligações (veja tabela abaixo) deve ser maior, pois, pelo levantamento de A TARDE, ainda resta um minuto para ser dividido entre os candidatos.
Dinamismo
Para Ademir Ismerim, as novas regras vão dar maior dinamismo à propaganda de rádio e TV. "A grande maioria das pessoas desligava a televisão na hora da propaganda", diz ele. Com o tempo reduzido, "cooptar" os partidos com maior bancada na Câmara Federal ganha ainda mais importância, pondera Ismerim. Somente são contabilizados os tempos dos seis maiores partidos de cada coligação.
Na base de Rui Costa, uma das disputas foi pelo PR, que tem 36 segundos no bloco e decidiu na última semana apoiar Cláudio Silva, em detrimento de Alice e Isidório.
Os presidentes estaduais do DEM, deputado federal José Carlos Aleluia, e do PT, Everaldo Anunciação, aprovam as mudanças. "As inserções são mais vistas. Como o tempo é menor, ao invés de perder tempo atacando, o candidato vai apresentar propostas", diz Aleluia.
Para Everaldo, o novo formato vai atrair mais a atenção e os candidatos deverão ter mais criatividade. "Só o fato de se posicionar bem na TV não vai garantir o voto. O candidato vai precisar ter maior contato com as pessoas". Para ele, o fato de ACM Neto ter maior tempo não significa uma vantagem, pois terá três candidaturas lhe fazendo oposição.

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