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No tabuleiro político da Bahia, Ilhéus voltou a preocupar o governo do estado. E muito.
No “QG” de Jerônimo Rodrigues (PT), a avaliação é simples e incômoda: obras paradas, prefeito bem avaliado e oposição com margem crescente. Receita pronta para desastre nas urnas.

Em 2022, Jerônimo já havia perdido em Ilhéus para ACM Neto (UB), mesmo com Rui Costa forte e o então prefeito alinhado ao PT. Ou seja: o terreno nunca foi exatamente amigável. Agora, ficou ainda pior.

As pesquisas internas que circulam entre governistas apontam uma aprovação que beira os 80% do prefeito Valderico Júnior (UB). Números que fazem o Palácio de Ondina engolir seco.
Nos bastidores, auxiliares do governo admitem, em tom de preocupação, o tamanho do estrago. Um deles, em reserva, não ameniza:

“Com os dados que nós temos hoje, a vantagem de ACM Neto na cidade pode passar de 20 mil votos.”

Trata-se de Ilhéus, não de qualquer município. Turística, estratégica, com peso simbólico e político no mapa da Bahia. Ver a cidade escapar das mãos do grupo governista – de novo – não estava nos planos.

As obras inacabadas funcionam como outdoor permanente contra o governo. O Canal do Malhado, por exemplo, virou sinônimo de promessa arrastada. As orlas, sinônimo de expectativa frustrada.
No núcleo político, ninguém diz isso em público. Mas já se fala em “reação de emergência”:

– apertar o passo nas obras,

– reforçar a presença do governo no município,

– tentar costurar uma narrativa que não deixe o campo completamente livre para Valderico e Neto.

Por enquanto, porém, a fotografia é clara: governo na defensiva, oposição confortável e Ilhéus acendendo a luz vermelha no painel do Palácio. Se nada mudar, o estrago por lá tende a ser maior do que o previsto.

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