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Fuga de 16 detentos do presídio de Eunápolis aconteceu em dezembro de 2024

Fuga de 16 detentos do presídio de Eunápolis aconteceu em dezembro de 2024


Em dezembro de 2024, 16 detentos fugiram do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia. A operação, segundo o MP, foi facilitada pela ex-diretora do presídio, Joneuma Silva Neres, que está presa, o coordenador de segurança Welington Oliveira Sousa e o traficante Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dada”, líder do PCE (Primeiro Comando de Eunápolis). A fuga teria custado R$ 2 milhões à facção e, à época, foi usada uma furadeira para abrir o teto da cela 44, por onde os presos escaparam.



Novas informações sobre o caso vieram à tona nesta sexta-feira (4). Com isso, o Aratu On lista, abaixo, o que se sabe até agora sobre os desdobramentos. Confira:


Quem é Joneuma Silva Neres e por que ela está sendo investigada no caso do presídio de Eunápolis?


Joneuma Silva Neres é ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia. Ela é acusada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) de integrar e favorecer o Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), uma facção criminosa que domina a região. Segundo a denúncia, Joneuma teria lucrado cerca de R$ 1,5 milhão em propinas e regalias oferecidas a membros da organização.


Joseuma, ex-diretora do presídio de Eunápolis | Foto: redes sociais

Joseuma, ex-diretora do presídio de Eunápolis | Foto: redes sociais




Como era a relação entre a ex-diretora do presídio de Eunápolis e o líder da facção?


De acordo com a denúncia, Joneuma mantinha um relacionamento afetivo com Ednaldo Pereira Souza, conhecido como “Dada”, líder do PCE. O vínculo afetivo teria dado origem a uma aliança estratégica: “Dada controlava todas as atividades no âmbito do Conjunto Penal de Eunápolis”, afirma o MP. Joneuma recebia ordens diretas do detento e promovia encontros com ele sem vigilância, inclusive com suspeitas de relações sexuais dentro da unidade.


Quais regalias foram oferecidas aos presos da facção no presídio de Eunápolis?


Segundo o MP, os internos do PCE recebiam regalias como “acesso irrestrito a freezers, refeições especiais (moquecas de camarão, lasanhas, chesters), equipamentos sonoros, caixas de som e visitas íntimas dentro dos pavilhões”. Além disso, Joneuma permitiu que um caixão entrasse na unidade para que um líder da facção pudesse velar a avó dentro do presídio.


Como a ex-diretora do presídio de Eunápolis, Joneuma, lavava o dinheiro recebido?


A ex-diretora usava uma identidade falsa — “Barbara Thais de Jesus Ramos” — e uma empresa em nome de um aliado da facção para lavar parte do dinheiro. Quando foi presa, tinha R$ 8.171,75 em espécie, quantia que o MP acredita que seria usada em uma tentativa de fuga para o Rio de Janeiro, onde se esconderia com “Dada”, que estaria sob proteção do Comando Vermelho.


Traficante Dadá seria amante de Joneuma | Foto: arquivo

Traficante Dadá seria amante de Joneuma | Foto: arquivo




Joneuma, ex-diretora do presídio de Eunápolis, está envolvida em crimes mais graves?


Sim. O MP-BA afirma que Joneuma é suspeita de mandar matar o ativista Alan Quevim Santos Barbosa, que a denunciava nas redes sociais. Alan foi sequestrado por homens ligados ao PCE e cruelmente executado em um local conhecido como “desembolo” — um tribunal do crime. O corpo dele nunca foi encontrado.


O crime contra o ativista foi um caso isolado?


As investigações indicam que não. Segundo o MP, “há suspeitas de que ela já tenha participado de outras ações semelhantes”, sempre em articulação com o líder da facção. O caso escancara, segundo a promotoria, os vínculos perigosos entre o sistema prisional e o crime organizado.


Qual a conexão política com o ex-deputado Uldurico Jr. no caso do presídio de Eunápolis?


A denúncia aponta que o ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB) seria o “padrinho político” de Joneuma. Ela teria intermediado encontros clandestinos entre o político e o líder da facção “Dada”, fora dos registros da unidade. Em troca do apoio político, Joneuma entregava “eleitores cativos” — presos e familiares que recebiam R$ 100,00 para votar em candidatos aliados.


Uldurico Jr. teria conexão com facção e chefe de presídio presa na Bahia | Foto: arquivo

Uldurico Jr. teria conexão com facção e chefe de presídio presa na Bahia | Foto: arquivo




Havia interferência política nas nomeações do presídio de Eunápolis?


Sim. A promotoria afirma que Joneuma usava a influência de Uldurico junto à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) para direcionar contratações e demissões. Servidores contrários ao esquema eram substituídos por aliados, incluindo sua irmã Joceuma Silva Neres, que atuava como advogada da facção.


Há indícios de gravidez da ex-diretora do presídio de Eunápolis?


Há. A denúncia cita suspeitas de que Joneuma - que seria amante de Dadá - estaria grávida do criminoso. O plano seria fugir com ele para o Rio de Janeiro, fortalecendo os laços entre as facções PCE e Comando Vermelho. O caderno de anotações apreendido com Joneuma durante sua prisão incluía contatos da esposa e da filha de Dada, além de recibos de compras feitas com dinheiro do esquema.


Quem são os outros envolvidos no caso do presídio de Eunápolis?


Além de Joneuma, são réus o coordenador de segurança Welington Oliveira Sousa e o líder da facção, Ednaldo Pereira Souza, o “Dada”. Eles respondem por associação criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro e facilitação de fuga. Até o momento, nenhum dos acusados apresentou defesa pública.


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O caso do presídio de Eunápolis está em qual estágio?


O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Eunápolis. O inquérito policial e a denúncia do Ministério Público da Bahia seguem em andamento, com novos desdobramentos sendo investigados.

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