Com discurso de oposição e até aplausos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a federação União Brasil e o Progressista, intitulada como “União Progressista”, foi homologada na terça-feira, 19, e nasceu como o maior partido do Brasil.
Na tentativa de ganhar musculatura para enfrentar o embate eleitoral com o pretenso candidato à reeleição, Lula (PT), a fusão partidária tenta colar a imagem com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como uma figura presidenciável.
O chefe do Executivo paulista, que também participou do ato, posou com diversos nomes do União Brasil em fotos publicadas nas redes sociais. Na Bahia, dois nomes aproveitaram para aparecer ao lado do republicano, são eles: o prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o presidente do partido municipal, deputado estadual Luciano Simões.
Ao bahia.ba, o parlamentar defendeu o nome de Tarcísio como potencial candidato ao Palácio do Planalto e não descartou a possibilidade do novo bloco apoiar o governador no pleito do ano que vem como candidatura única.
“Tarcísio poderá ser esse nome [do grupo de oposição]. O grupo de centro-direita em oposição a Lula deverá se unir numa ÚNICA candidatura à Presidência da República, costurando importantes palanques estaduais no país inteiro”, disse o deputado nesta quarta-feira, 20, um dia após a homologação da federação.
Apesar da declaração do legislador, o União Brasil já possui um candidato próprio: o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O gestor, inclusive, lançou a sua pré-candidatura no Centro de Convenções em Salvador, no mês de abril. Sem nenhum nome nacional no palanque, o evento foi orquestrado pelo ex-prefeito da capital, ACM Neto (União).
Discurso de oposição
Em Salvador, o prefeito Bruno Reis vem endossando cada vez mais as críticas ao presidente Lula (PT), seja durante coletiva de imprensa ou em discursos nas agendas institucionais. Uma das falas que chamou atenção refere-se ao motim bolsonarista que obstruiu o Congresso Nacional, como forma de pressionar as casas legislativas para votação do que chamaram de “pacote de paz”:
No dia 7 de agosto, o Executivo soteropolitano disse: “Muitos esperavam que ele tivesse essa capacidade, de reunir os extremos, de convergir para um mesmo caminho, de unidade, que garantisse a aprovação de matérias, projetos importantes para que a pauta do país pudesse avançar, e isso não ocorreu”, em referência ao petista.
Ele ainda complementou: “Espero que ele tenha, até o final de seu governo, a capacidade de fazer isso. Sem sombra de dúvidas, essa é talvez uma das maiores crises institucionais que o Brasil já sofreu em toda sua história”.
Tarcísio de Freitas presidente?
Em discursos públicos, o governador de São Paulo nega qualquer tipo de chance de disputar o Planalto e afirma que concentrará esforços para se reeleger ao Palácio dos Bandeirantes.
Nos bastidores, contudo, ventila-se a informação de que Tarcísio é um dos fortes nomes cotados para fortalecer o grupo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, e cumpre prisão domiciliar por descumprimento das regras do Supremo Tribunal Federal (STF).
O governador de São Paulo foi um dos nomes que esteve na cerimônia de homologação da federação União Progressista, apesar do seu partido estar em um almoço com o presidente Lula (PT) durante o ato.
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