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O número de amputações provocadas por complicações do diabetes cresceu 57% na Bahia em dez anos, conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS). O aumento dos casos foi agravado pela redução das consultas e do acompanhamento médico durante a pandemia. O avanço da doença preocupa, mas a boa notícia é que o diabetes tipo 2 pode ser prevenido — e a principal ferramenta de prevenção está no prato.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o consumo excessivo de refrigerantes, doces e carboidratos refinados é uma das principais causas da doença em todo o mundo. O problema começa cedo: a alta oferta desses alimentos ultraprocessados na infância tem contribuído para o aumento dos casos entre jovens e adolescentes.

“Os carboidratos refinados como um todo são vilões que fazem parte da mesa de todos nós e, inclusive, da merenda das crianças. Aqui me refiro basicamente aos carboidratos refinados como o arroz polido, o açúcar de mesa, os biscoitos, as bolachas, o pão branco — toda a enorme quantidade de produtos cuja base é o açúcar. Carboidratos integrais não fazem parte deste grupo; daí o consumo de aipim, inhame, batata-doce e outras raízes feculentas, bem como o de arroz integral e cereais integrais, não ser problemático para a nossa saúde”, afirma o médico e naturopata Áureo Augusto.

O tema não é novo. O fisiologista Rui Coutinho, no livro Fisiologia da Nutrição, já alertava para a relação direta entre alimentação e incidência do diabetes, trazendo um exemplo marcante. Durante a Segunda Guerra Mundial, na Dinamarca, a população, sob domínio da Alemanha nazista, foi obrigada a interromper o consumo de produtos feitos com farinha refinada, doces e alimentos industrializados. Na escassez, restaram os produtos integrais e os alimentos cultivados em hortas caseiras — e o resultado foi a redução dos casos e mortes por diabetes.

Ainda de acordo com Áureo Augusto, cuidar da alimentação é apenas uma das dimensões do processo de cura. “Somos seres complexos, com aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais que se influenciam mutuamente. A doença é, muitas vezes, um sinal de desequilíbrio em um desses níveis”, afirma o médico e naturopata.

Essa visão integral da saúde será o tema central do curso Cura em Todos os Níveis, conduzido pelo especialista Áureo Augusto, no Vale do Capão, na Chapada Diamantina. O curso, que propõe uma jornada de autoconhecimento e reconexão com o próprio corpo, a natureza e o sentido de viver com mais equilíbrio e consciência, acontece entre os dias 20 e 23 de novembro.

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